RESENHA CRÍTICA - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE JARDIM GRAMACHO - COOPERGRAMACHO: UMA NOVA IDENTIDADE SOCIAL A PARTIR DO TRABALHO COOPERATIVO , por Verônica Maciel

 
RESENHA CRÍTICA - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE JARDIM GRAMACHO - COOPERGRAMACHO: UMA NOVA IDENTIDADE SOCIAL A PARTIR DO TRABALHO COOPERATIVO
 
 
 
Aluna: Verônica Maria Bastos Maciel
 
 
O Brasil tem mais de 80% de sua população morando em cidades. O crescimento desordenado das cidades trouxe um dos grandes problemas existentes nas cidades do mundo, o popularmente chamado, lixo. Segundo dados do IBGE, por dia é produzido 157 mil toneladas de lixo domiciliar e comercial, cada brasileiro produz 1 Kg de lixo por dia e grande parte da população não tem coleta de lixo regular, surgindo os “lixões” que origina não apenas grandes problemas ambientais (poluição do solo, das água subterrâneas e superficiais pelo chorume e poluição do ar), e de saúde pública (disseminação de doenças) mas, a exclusão social.
A lei nº 12.305, de agosto de 2010 institui a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos que tem como premissa a gestão de resíduos sólidos de forma sustentável considerando as dimensões ambiental, econômica, política, cultural e social. Na seção III Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos há uma meta para a inclusão social dos catadores de lixo: “metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis”.
Embasado nestes conceitos, o artigo tem como proposta compreender de que forma uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis tenta reelaborar uma identidade social a partir do trabalho cooperativo, além disso o autor, discorre ainda sobre a questão do fim do aterro e seus reflexos no universo dos trabalhadores.
O autor inicia o texto contextualizando o histórico da região do aterro com os sérios problemas socioambientais, tais como intenso tráfico de drogas, falta de segurança, poluição sonora pelo intenso volume de caminhões que circulam pelo local, poluição do ar, chorume pelas ruas, falta de limpeza, grande quantidade de vazadouros clandestinos de lixo no entorno do aterro, depósitos clandestinos, etc., constituindo-se um verdadeiro “paraíso” da poluição.
No segundo momento, o autor analisa a identidade social do catador, expõe a discriminação da população frente aos catadores de lixo: considerados como refugo humano, marginalizados, excluídos e confundidos com o próprio lixo. No entanto, Gomes, ressalta que ele tem uma identidade social e é um agente ambiental, que desempenha importante papel na cadeia da reciclagem.
O autor destaca a cooperativa de catadores de materiais recicláveis como forma de fortalecimento de sua identidade social viabilizando a retirada dos catadores das condições insalubres do lixão e fornecendo-lhes condições mais dignas de trabalho.
Traça o perfil dos integrantes da cooperativa, jovens entre 21 e 39 anos de idade, tendo como principal característica a falta de qualificação profissional que os impediram de ingressar no mercado de trabalho.
Por fim, destaca, que melhores condições de trabalho e o reconhecimento social como trabalhador, visto que, tem um importante papel na cadeia econômica do lixo, afasta o catador do universo da invisibilidade. Uma alternativa prática para esse inclusão social é sua organização em cooperativas. No entanto, vejo a cooperativa como um modo passageiro de solucionar a problemática dos catadores de lixo. É preciso ações públicas mais eficientes para a inclusão social do catador dando outras oportunidades além das provenientes do aterro sanitário. Ressalto que a educação ambiental é o pilar para o enfrentamento e resolução dos problemas socioambientais.
 
REFERÊNCIAS:
 
1.     GOMES, Luis Cláudio. Cooperativa de catadores de materiais recicláveis de jardim gramacho - coopergramacho: uma nova identidade social a partir do trabalho cooperativo.
2.     Vídeo:Estamira. Disponível em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=wl58DtTuLu0. Acesso dia 26 de janeiro de 2013.
3.     SIMONI, Adriana Teixeira. A influência da política nacional de resíduos sólidos na formalização do trabalho do catador de produtos recicláveis.
4.     BRASIL – Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para Assuntos Jurídicos – Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso dia 23 de janeiro de 2013.
5.     Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso dia 23 de janeiro de 2013.
6.      PEREIRA, Tatiana Cotta Gonçalves.  Política nacional de resíduos sólidos: nova regulamentação para um velho problema.
7.     FILHO, I. N.; MÜHLEN, C. V.; CARAMÃO, E. B. estudo de compostos orgânicos em lixiviado de aterros sanitários por EFS e CG/EM. Quim. Nova, Vol. 24, No. 4, 554-556, 2001.
PELEGRINI,N. N. B.; et al. Caracterização física, química e biológica do percolado do aterro sanitário da cidade d